Série "Poesias e Devaneios", Nº 129
Sinto saudade de 1993… um ano que, ao olhar de longe, parece ter sido feito de momentos perfeitos. Pelo menos a primeira metade, aquela que carrego com um carinho quase nostálgico, como se fosse uma fotografia amarelada pelo tempo. Tudo era bom, tudo tinha um brilho suave e confortante. Foi uma época em que as coisas simplesmente pareciam fluir, as oportunidades estavam ali, espalhadas pelo caminho, esperando para serem colhidas! E eram muitas! Caíam aos montes pelo chão com um estrondoso barulho, igual jaca madura caindo do pé! Era uma época onde eu me sentia imortal, invencível, quase um super-herói da Marvel!
E eu as deixei passar. Cada uma delas. Oportunidades que surgiram, tão claras, tão óbvias, e que eu, por alguma razão, não soube aproveitar. Desperdicei cada chance como se o tempo fosse infinito, como se o ano não tivesse um fim. E agora, aqui estou, sentindo o peso da saudade de algo que eu poderia ter vivido de forma mais plena, mais presente. Mas na época, não percebi. O que parecia eterno agora se dissolve em lembranças! Me tornei profissional e desperdiçar as melhores oportunidades que a vida me deu! O deus ex machina que me salvou, duas, três ou quatro vezes! Ele sempre estava apto mecanicamente para me salvar, assim como a antiga e original metáfora grega!
Mas, ainda assim, a saudade é forte. Sinto falta daquela leveza, saudade de tudo que foi perdido, enterrado... com ou sem razão! Saudade daquela sensação de que o mundo estava à disposição. Mesmo com os erros, mesmo com as escolhas que não fiz, 1993 me abraça em pensamentos com uma doçura melancólica. Foi tudo tão bom… E a parte mais difícil de aceitar é que, mesmo sabendo que deixei escapar tanta coisa, ainda carrego essa saudade. Uma saudade boa, como se a memória pudesse apagar os tropeços e deixar só os momentos em que tudo parecia perfeito.
Agora é visar basicamente 1995, e depois de um 1994 quase findado e confuso, cheio de altos e baixos, parece que as coisas finalmente podem finalmente tomar forma. Não posso negar que o esse mesmo 1994 em quase sua totalidade foi basicamente frustrante, cheio de promessas não cumpridas e decepções que me fizeram questionar muito do que esperava. Era como se 1994 tivesse o potencial de ser um grande ano, mas faltou algo — talvez foco, talvez sorte. Eu queria mais, mas tudo parecia se arrastar, sem o brilho que esperava. O que faltou na verdade é a boa e velha VERGONHA NA CARA.
Agora, olhando para 1995, sinto um otimismo cauteloso. Aprendi com 1994 a não criar expectativas irreais, mas também a não me deixar abater pelos contratempos. Vejo que o em breve novo ano tem suas oportunidades, mas estou mais consciente, mais realista. Sei que não basta o ano ser bom por si só, eu preciso estar pronto para agarrar o que vier, mesmo que de forma imperfeita. Se 1993 foi o ano que eu desperdicei e 1994 o ano em que me perdi, 1995 é a chance de encontrar equilíbrio. Não será perfeito, mas talvez, dessa vez, seja o suficiente.
"Não será perfeito, mas talvez, dessa vez, seja o suficiente."