quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

RMS

"Poesias e Devaneios", Nº 137

O oceano está frio, sem calor,
E eu fico aqui, sem muito a dizer,
O vento corta, sinto o rancor,
O frio cresce, difícil de entender.

Eu quero saber até onde vamos,
Reclamar e cobrar o que é nosso,
Daquela companhia, que nunca nos damos,
Por que aceitá-la, sendo um poço de desgosto?

O mar não mente, ele só avisa,
Que o tempo de espera está se esgotando,
E quem cala, quem finge que improvisa,
Está vendo o futuro desmoronando.

A maldita espera nos faz pensar,
Que o certo não é mais tão seguro,
Mas mesmo assim, continuamos a lutar,
No frio que nos envolve, ainda é puro.

O oceano, esse grande segredo,
Fala sem palavras, mas com força imensa,
E no fim, sabemos, é só o que ficou,
A luta pelo certo, por mais que o medo faça suspense.


"E no fim, sabemos, é só o que ficou,
A luta pelo certo, por mais que o medo faça suspense."

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Ostrakon

"Poesias e Devaneios", Nº 136

Sonhei com as maravilhas da vida!
Guardadas nos corações aquecidos pelo amor,
Nos gestos silenciosos das almas sóbrias,
Que, um dia, conheciam o sabor da completude.

Busco as revelações que os sagrados murmúrios
Derramaram sobre os imprudentes em suas brasas frias,
Sob raios de sol que se dissipam como ecos,
Sobre lagoas de sangue negro e folhas de faia no outono.

Mas tudo se residirá no esquecimento!
O sofrimento eterno nasce na ignorância dos homens,
Que escavam em seus corações apenas para encontrar
A ilusão de uma riqueza em um mundo que sangra.

Esfolam seu dorso com facadas de prata,
Agradecendo com brutalidade a dor que lhes fere,
Enquanto tudo que possuem se desfaz como névoa,
E o tempo os lança ao vazio de sua própria sombra.

A beladona dança entre as piscadas honestas,
Sombras destilando pragas recém-nascidas,
O calor que devora é o ventre dos antigos sonhos,
Antes que a maldade moldasse seu rosto eterno.

Mas tudo se residirá no esquecimento!
O sol bate como tambores nos corações,
Um som surdo devorando a memória,
Um ruído que consome o próprio eco!

Me esqueçam! Me esqueçam! Me esqueçam!

Gravem meu nome em uma concha maldita,
E peço apenas o mais sublime presente:
O alívio sereno do esquecimento absoluto.
Pra quem merece, pra quem merecerá!

E assim proclamo: tudo será esquecido!
E em um grito que rompe o silêncio,
Rogo mais uma vez:
Me esqueçam! Me esqueçam! Me esqueçam!

E pra que, a ultima vez, não fui claro o suficiente:

Me esqueçam! Me esqueçam! Me esqueçam!



"Gravem meu nome em uma concha maldita!"






sábado, 4 de janeiro de 2025

Siga sua vida, vá pra casa!

"Poesias e Devaneios", Nº 135

Vá, vá em frente, siga sua missão,
Aos poucos, todos mostram quem são.
Seja firme, não se deixe enganar,
Os falsos sempre acabam por se revelar.

Deixe a luz em seu peito brilhar,
Seja você, não tente mudar.
A liberdade é sua, abrace com fervor,
E use Deus como seu condutor.

Caminhe ao Ilê, seu destino buscar,
Não deixe ninguém sua mente dobrar.
Faça do seu coração seu verdadeiro lar,
E da sua força, um farol a iluminar.

Não se prenda às correntes da ilusão,
Seja o dono único do seu coração.
A verdade em você é a maior vitória,
Escreva com coragem a sua história.

Então vá, sem medo, com fé no olhar,
A estrada é sua, não deixe de andar.
Seja você, no caminho ou na solidão,
Deus te guiará, és tua própria razão.

Vá, vá em frente, siga sua missão,
Aos poucos, todos mostram quem são.
Seja firme, não se deixe enganar,
Os falsos sempre acabam por se revelar!



Ogum onilê...Onilê Ogum
A boa do Ilê...Onilê Ogum