Série "Reflexões Pessoais", Nº 7
Não existe apenas uma morte, aquela terminal, física,
definitiva!
A morte é um conceito tão subjetivo quanto o amor! E devemos
saber de antemão que pra haver a vida é imprescindível haver a morte! A morte
não é algo contra a vida, e sim algo indispensável à vida. Toda natureza é
perfeita em seu ciclo biológico, tudo deve estar em equilíbrio, e entrar nele.
A nossa própria vida é prova de que a morte está presente, e
não digo morte de familiares e amigos, mas sim da nossa própria morte. Morremos
muitas vezes em vida! Na nossa
vida! Afinal, lembra daquele bebê recém
nascido que você, eu, nós fomos? Onde está aquele ser? Não adianta vir me falar
que ele “é você”, porque de fato não é! Sob qualquer circunstância, ELE MORREU,
sim! Morreu para dar lugar a outro avatar biológico que sucedeu seu próprio crescimento!
Aquele bebê um dia foi você, mas na prática não é mais você, ele teve de
simplesmente sumir da existência (o que seria a morte senão o fim da existência
biológica em si) para dar lugar a outra coisa, é o que ensina o ciclo natural
da vida!
A morte em si é extremamente biológica, e quem disse que
crescer é algo gostoso? Quanto mais crianças, mais protegidos e mais inocentes
somos, O processo de crescimento em si vai nos mostrando a grandeza, frieza e
crueldade em si do mundo lá fora, que vai ficando pequeno e ao mesmo tempo
grande a medida do tempo.
Quantas vezes morremos em vida? Impossível calcular, tendo
em vista a particularidade da vida de cada um, morremos para renascer, e isso
no inicio tem muito a ver com nossa forma física, ao menos nos primeiros quinze
anos de vida, onde saímos de bebês para crianças pequenas, crianças grandes,
pré-adolescentes e por ai vai, as mudanças são mais físicas. Destarte, após isso,
as mortes são menos físicas, porém ai sim a coisa fica mais complicada,
dependendo do desdobramento de vida de cada um, pois a morte não será mais
física.
A vida em si nos impinge sofrimento, decepções, desilusões, arrependimentos.
São fustigações mentais e sentimentais que a todo momento nos atingem, onde
percebemos que a vida de fato nos testa a todo segundo. O extremo da felicidade
é sucedido pelo extremo da tristeza num piscar de olhos, de forma que após
essas sucessivas levas turbulentas de fatos e acontecimentos nos fazem “morrer”
para dar lugar a OUTRA PESSOA, essa sim preparada para enfrentar e vencer os
tais obstáculos.
Tudo tem um preço, as marcas das guerras mentais e
psicológicas ainda ficam, heranças de outro “eu”, que não existe mais, assim
como muitos “eus” que morreram desde mais de duas décadas atrás.
Mas um grande amigo meu me disse que de fato isso se chama
AMADURECIMENTO.
"Estou virando cinzas pra depois me solidificar por completo, estou saindo por baixo,
mas pra voltar por cima, é só uma questão de tempo"
mas pra voltar por cima, é só uma questão de tempo"
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMorremos para nascer novamente. É assim em vida, quando perdemos algo ruim e substituímos por algo novo. Só espero que seja assim após a morte física também...
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