"Reflexões Pessoais", Nº 12
Ninguém compreende você, nunca na totalidade. E, mesmo que compreendessem, isso não vem ao caso, pois por vergonha ou medo seus segredos vão continuar seus, guardados lá no fundo da memória e, no máximo, divididos com o travesseiro.
Aqueles que têm dificuldade em expressar sentimentos ou medos, e que não se sentem prontos para buscar ajuda, frequentemente acabam afundando sozinhos em um universo sombrio e apático. Sofrem em silêncio, presos em um labirinto interno do qual parecem não encontrar saída.
Mas não deveria, aparentemente, pois o papel pode ser a saída, a válvula de escape. Quando se confidencia seus desejos e suas frustrações ao papel, você entra em contato direto com suas sensações mais importantes naquele momento. Fazendo isso, encontrar uma saída para um problema ou arrumar um jeito talvez. A escrita, ao fluir livremente, permite que você encontre, talvez, uma saída, um novo ângulo, uma resposta que antes parecia inalcançável.
Da maneira com que as palavras vão fluindo, talvez, pois a escrita permite o contato com a dor, sendo que devo salientar que a dor talvez seja mais útil que a alegria, na maioria das vezes. A alegria, sendo passageira, nos deixa bêbado e entorpecido, retirando parte da nossa capacidade de julgamento do real cenário. A dor, mesmo sendo amarga (tal qual o remédio, que tem gosto amargo), nos deixará totalmente à par das ameaças que nos circunda.
Dessa forma, tudo que está escrito está imortalizado, não serão apenas devaneios momentâneos, mas registram-se aqueles sentimentos ou aquelas dúvidas para consulta posterior. Tudo que é escrito torna-se imortal.
"No papel, as emoções são percebidas mais claramente,
até a letra varia de acordo com o momento"
até a letra varia de acordo com o momento"
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