sexta-feira, 14 de abril de 2023

Tarde ou cedo demais

Série "Curtas", Nº 47

A desventura do tempo se abateu sobre mim quando finalmente a encontrei, tarde demais para desfrutar de tudo o que ela tinha a oferecer. Mas antes disso, sem ter a chance de realmente conhecê-la, seu coração já havia sido cativado pela sua graça e encanto, mergulhando profundamente no amor que sentia.

Evidente paradoxo: tarde demais para apreciar, cedo demais para amar. O sentimento que lhe apoderou foi forte demais para ser ignorado, como se o destino tivesse brincado, pregando uma peça cruel em sua alma, o fazendo amar sem ter a chance de desfrutar.

O que ele poderá fazer agora, senão lamentar o que poderia ter sido, o que poderia ter acontecido se tivesse a chance de conhecê-la antes, de me aproximar antes que fosse tarde demais? Na certeza do sentimento permanecer ele se inertiza, mesmo que por ora não possa ser correspondido da maneira adequada.


"De que vale um nome, se o que chamamos rosa, sob outra designação teria igual perfume?"