"Reflexões Pessoais", Nº 39
De relance olho para os anos 2000 e me pergunto: valeu a pena toda aquela preocupação? E quanta! Todas as noites em claro, os medos exagerados, as inseguranças que pareciam gigantescas? Hoje, com a distância do tempo, percebo que não. E de forma nenhuma! Foi uma perda de energia, de tempo, de momentos que poderiam ter sido vividos com mais leveza. O que parecia crucial na época se dissolveu como fumaça, e tudo o que restou foram as experiências, os aprendizados e, principalmente, a constatação de que muitas das nossas angústias são fabricadas por nós mesmos.
Essa percepção me serve de incentivo hoje, supostamente.. su-pos-ta-men-te!
Me ensina a não carregar pesos desnecessários, a não me prender tanto ao que não posso controlar. O futuro, que antes era fonte de ansiedade, agora se apresenta como uma estrada aberta, cheia de possibilidades. Aprendi que, em vez de temer o que está por vir, é melhor construir algo sólido no presente, sem deixar que o medo do incerto roube a paz do agora.
Mas a verdade é que, por mais que eu tente me convencer de que a preocupação é inútil, sei que outras virão. A vida nunca se torna mais simples, apenas muda os desafios. O que me tirava o sono no passado pode parecer bobo agora, mas novas preocupações sempre tomam o lugar das antigas, como um ciclo interminável de angústia. Talvez essa seja a natureza da existência: um eterno correr atrás de certezas que nunca chegam.
E se no futuro eu olhar para este momento e perceber que, mais uma vez, desperdicei tempo com esperanças vãs? Talvez a única verdade seja que estamos todos presos a essa ilusão, tentando encontrar sentido em um jogo que nunca esteve sob nosso controle.
Talvez a grande ironia da vida seja justamente essa: a gente passa anos tentando aprender com os erros do passado, tentando evoluir, tentando se libertar dos medos. Mas, no fim, tudo se repete, apenas com novos rostos, novas situações, novos cenários. O sofrimento muda de forma, mas nunca desaparece. A esperança pode ser um combustível, mas também pode ser um fardo, um peso que nos empurra para frente apenas para nos fazer cair no mesmo vazio de sempre.
que nem vamos precisar de olhos para ver"
“Não existe destino além daquele que nós criamos“.
ResponderExcluirO ser humano tem a mania viciante de complicar tudo. Até mesmo as coisas mais simples as transformam em um caos.
ResponderExcluirVocê definitivamente aprendeu com os anos 2000, e parabéns por isso! O problema é quando esse aprendizado se torna uma casca tão grossa, que nada mais transpassa por ela. E você vai se contraindo nesse mundo limitado.
ResponderExcluirEu sei que você não teve, mas eu tenho ótimas lembranças vividas nos anos 2000. O mal que perdura são essas lembranças não terem continuado, somente vivas aqui, comigo...