quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Eclipse

Série "Poesias e Devaneios", Nº 44


Nada é como antes
Nunca é
O sol deu umas duas voltas, ou três, 
queimou suas costas ou seu rosto?

Tudo mudou, nada mudou
Tudo segue, nada segue
Eclipsou

Uma vida pra poder viver três
a gente pensa, pensa muito

Nunca pensa, sempre pensa, 
mas nunca para pra pensar
mas para sempre pra chorar

Eu fui embora, e fui mesmo
Mas nunca fui, contudo fui sim
Me diz por que fui?
E por que você não impediu?

Fui por que quis, e quis eu mesmo
A gente fez por merecer
E pensa nunca merecer
Merecemos o desmerecimento

Você tem, como seu ser
Eu sei a minha forma de existir
Eu sei a minha forma de tentar
Tentamos igual ser felizes

No amor
Na dor
Na esperança
No tentar
No errar

Eu pensei que você era você
Você pensou que eu eu não era eu
Você pensou que eu ia relevar
Você pensou que eu ia aceitar

A gente promete 
Promete prender
Um abraço eterno
Mas vem tudo
Tudo tapa tudo

Tudo é universo
Quasar e partícula
Imbecil eu saber
Que meu abraço eterno de prisão
Foi violado

Nenhum de nós dois sabe quem é um ao outro.
Um é Sol, outro Lua
Ambos somos o Eclipse

Há quem brilhe na segunda fila e se eclipse na primeira.




Um comentário:

  1. "Nenhum de nós dois sabe quem é um ao outro / Um é Sol, outro Lua / Ambos somos o Eclipse"

    Maravilhoso texto em cada linha e aspecto! :) Ah, o amor.. Tão suave e tão inspirador rs

    ResponderExcluir