quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Saudade, e não devida

Série "Poesias e Devaneios", Nº 47


Saudade, e não devida
Não devida mesmo

Te vejo nos sonhos
Te vejo na rua
Te vi na esquina

Você não existe
Você resiste
Você me assiste

Eu vejo você
Eu sinto você
Eu sei de você

Talvez bastasse respirar
Talvez bastasse saber
Talvez bastasse entender

Somos cacos
Somos restos
Somos ruínas

Você é você
Você nunca saiu
Você nunca se foi

A gente se odeia
A gente se ama
A gente se perde

Porque não pode ser um hábito
Porque não pode ser um vício
Porque não pode ser um "porquê"?

Aquelas palavras que não usamos nunca
Aquelas palavras que não vamos usar
Aquelas palavras que temos medo

Eu te amo 
Eu não sei
Eu não tenho certeza

Não sabemos se é bem isso
Não sabemos se um é o outro
Não sabemos o que sente o outro

Seu lugar nunca foi substituído
Seu lugar continua o seu
Seu lugar está aqui

Saudade, e não devida
Não devida mesmo

"Quem pensa que a distância faz esquecer, esquece que a saudade faz lembrar."



2 comentários:

  1. "Quem pensa que a distância faz esquecer, esquece que a saudade faz lembrar."
    Ahhh a saudade. Tem dias que ela bate forte. E a distância não ajuda. Pelo contrário, ela faz a saudade crescer dentro do peito. Será que o tempo mudará esse sentimento ?

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  2. E se a lembrança insistir em procurar p nós dois... É impossível eu sei, mentir que nunca te amei..

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