Série "Poesias e Devaneios", Nº 101
Piores
porres, gosto amargo persiste,
Boca de uma garrafa, memórias o tempo insiste.
Gosto de vidro, ressaca da verdade
Na noite embriaguez, a alma se entrega.
Uma festa acolhedora, casa cheia e repleta,
O Bardo dedilhando, violão cena secreta.
À paisana, ele canta, melodia própria e sua,
Enquanto eu, orgulhoso, oculto a ternura.
Num depósito de mistérios, loja vasta se desenha,
Chapéu na cabeça, desço, sentimentos me enleiam.
Celular toca! Ela na linha, do outro lado,
Garagem, ela sentada, olhar que me fascinado.
Bota preta e saia curta, estilo único, ela ostenta,
Aroma bom, abraços, cheiro que a alma sustenta.
Encaixe perfeito, típico sonho,
Mas a verdade, essencial!
Abraços e perguntas, ilusão se desenhando,
"Quer ouvir a verdade ou algo que te acalma?"
Pergunta ecoa, consciência martela, o coração dispara,
Ela fala, desperto antes, resposta na linha que não para.
Reflexão perdura, sonho desvanece,
Noites que o tempo esquece.
No enigma dos ébrios, se desenha,
A verdade se revela, que magoa e não resenha
Piores porres, gosto amargo persiste,
Boca de uma garrafa, memórias o tempo insiste.
Gosto de vidro, ressaca da verdade
Na noite embriaguez, a alma se entrega.
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