sexta-feira, 26 de abril de 2024

Árvores falsas de plástico

Série "Poesias e Devaneios", Nº 106

Num mundo plástico e frágil, sem razão, 
Um regador verde em mãos, de ação, 
Regando uma planta, não floresce, 
Na ilusão que a mente oferece!

A cidade dos planos quebradiços,
Ela busca escapar dos seus vícios, 
Mas a fuga só a faz mais se perder, 
Neste labirinto sem fim, a sofrer.

Com um homem de poliestireno em desalento, 
Ele é apenas um eco do tempo, lamento, 
Passado de promessas vazias, 
Em um presente de ilusões frias.

Parece real, mas é só fachada, 
Um amor de plástico em jornada, 
Verdade é que dói, consome, 
Ela busca algo que a nome.

A dor cresce como um vulcão, 
Num ciclo de busca em vão, 
Entre o plástico e a ilusão,
Ela se perde na contramão.

Pudesse ser quem busca, quem sonha, 
Ela encontraria a verdade que ronha,
Mas presa na teia que ela mesma tece, 
Perde-se em falsas promessas e prece.

Tempo passa e a angústia se avoluma, 
Numa busca que a alma consome e pluma, 
Entre o plástico e a borracha, ela dança, 
Dança triste, sem esperança.

Num mundo plástico e frágil, sem razão, 
Um regador verde em mãos, de ação, 
Regando uma planta, não floresce, 
Na ilusão que a mente oferece!

Por Thom Yorke



"Ela parece com algo real, mas a gravidade sempre vence!"

sábado, 13 de abril de 2024

Além da Dualidade: O Jardim da Alma

Série "Poesias e Devaneios", Nº 105

Além do Bem e do Mal, navegar,
A Alma, o segredo desvendar.
Do mal, o bem arrancar, enfim,
Coração, sem fim, regue o jardim.

No bem, o mal se esconde, a espreitar,
Nas sombras da luz, a conspirar.
Mas com coragem, sem hesitar,
Do bem, o mal expulsar, libertar.

Crenças se tecem na mente a voar,
Desejos e medos a ecoar.
Na calma do ser, a verdade encontrar,
No não querer, a liberdade se alinhar.

Não desejar, não exigir, nem esperar,
Serenidade do ser, se ancorar.
Firme na jornada, mesmo em desatino,
No centro do caos, encontrar o destino.

Assim, além do bem e do mal, seguir,
Essência da alma, florescer, sorrir.
Sem despedaçar, afundar ou ruir,
Na força do ser, o universo fluir.

Além do Bem e do Mal, navegar,
A Alma, o segredo desvendar.
Do mal, o bem arrancar, enfim,
Coração, sem fim, regue o jardim.


"Temos que trabalhar interiormente no sentido de aceitar a realidade, 
ainda que está seja dolorosa."



segunda-feira, 8 de abril de 2024

Em Silêncio

Série "Poesias e Devaneios", Nº 104

Na calada da noite, escolho amar-te,
No silêncio, sem palavras, sem alarde.
Nesse mutismo, não há espaço para recusa,
Apenas eu e meu amor, num gesto audaz.

Na solidão das horas, meu coração te busca,
Entre as sombras, nossos destinos se entrelaçam.
Sob o manto da noite, onde ninguém nos vê,
Sussurro meu amor por ti, ao luar que reluz.

Prefiro a distância, um abismo entre nós,
Protegendo-me das dores, dos desgostos.
Entre milhas e milhas, meu afeto perdura,
Um vínculo etéreo, que nem o tempo apura.

Beijo-te no vento, numa carícia passageira,
Deixo meus desejos serem levados pelo ar.
Que eles encontrem teus lábios, onde estejas,
E te recordem do amor que sempre irá perdurar.

Nos meus sonhos, és a musa que inspira,
O eterno enredo de um romance sem fim.
Em abraços oníricos, nosso amor se eterniza,
Em um cenário intemporal, onde tudo é enfim.

Na calada da noite, escolho amar-te,
No silêncio, sem palavras, sem alarde.
Nesse mutismo, não há espaço para recusa,
Apenas eu e meu amor, num gesto audaz. 


Em frente seguir
Não teme arriscar
A semente, plantar
Vida intensa, voar!