sexta-feira, 26 de abril de 2024

Árvores falsas de plástico

Série "Poesias e Devaneios", Nº 107

Num mundo plástico e frágil, sem razão, 
Um regador verde em mãos, de ação, 
Regando uma planta, não floresce, 
Na ilusão que a mente oferece!

A cidade dos planos quebradiços,
Ela busca escapar dos seus vícios, 
Mas a fuga só a faz mais se perder, 
Neste labirinto sem fim, a sofrer.

Com um homem de poliestireno em desalento, 
Ele é apenas um eco do tempo, lamento, 
Passado de promessas vazias, 
Em um presente de ilusões frias.

Parece real, mas é só fachada, 
Um amor de plástico em jornada, 
Verdade é que dói, consome, 
Ela busca algo que a nome.

A dor cresce como um vulcão, 
Num ciclo de busca em vão, 
Entre o plástico e a ilusão,
Ela se perde na contramão.

Pudesse ser quem busca, quem sonha, 
Ela encontraria a verdade que ronha,
Mas presa na teia que ela mesma tece, 
Perde-se em falsas promessas e prece.

Tempo passa e a angústia se avoluma, 
Numa busca que a alma consome e pluma, 
Entre o plástico e a borracha, ela dança, 
Dança triste, sem esperança.

Num mundo plástico e frágil, sem razão, 
Um regador verde em mãos, de ação, 
Regando uma planta, não floresce, 
Na ilusão que a mente oferece!



"Ela parece com algo real, mas a gravidade sempre vence!"

Um comentário:

  1. Quando se escreve com amor no que faz e com verdade, transmite esse sentimento de estar dentro do poema, como se eu já tivesse passado por isto ou conhecesse alguém assim, é o tipo de leitura que prende e te faz ler várias vezes. Parabéns!!!

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