segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

O Cheiro Dela

"Poesias e Devaneios", Nº 132

O cheiro era bom, desses que ficam na alma,
Um aroma que abraça, que nunca se esquece.
Talvez fosse dela, ou só da calma
Que vinha dos seus braços onde o mundo adormece.

Era cheiro de saudade, com intenção de ficar,
Um perfume que a memória insiste em guardar.
Cheiro de mulher, desejo a pairar,
Algo que, em mim, parecia se encaixar.

A gente se abraçava mais do que o costume,
Num tempo que parava, só pra nos caber.
E o beijo tardava, mas não foi amargume,
Era sonho palpável, quase a acontecer.

Hoje ilusão, mas tão bem desenhada,
Pelo sistema límbico, guardião de enganos.
Baseada no real, assim foi moldada,
Reflexo perfeito, de outros tantos planos.

Só que o cheiro ficou, e nunca vai partir,
Uma lembrança tão forte, que toca e me aquece.
Se era dela ou de sonhos, pouco importa definir,
Pois ainda é o melhor que em mim permanece. 


_“Eu vou dizer o que você quer ou vou dizer o
que não quer ouvir, e é isso que você quer saber?
Você quer saber a verdade?"


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