"Reflexões Pessoais", Nº 38
As relações humanas, muitas vezes mascaradas por discursos sobre amor e companheirismo, escondem uma lógica brutal: enquanto houver algo a oferecer, a presença é bem-vinda. Mas basta um momento de fraqueza, uma perda de status ou uma falha imperdoável, e aquilo que antes era valorizado se torna um peso morto. O vínculo que parecia inquebrável se dissolve no ar, como se nunca tivesse existido.
O Amor Ágape — aquele amor incondicional, que resiste ao tempo e às circunstâncias — é um ideal cada vez mais distante. No mundo real, o imediatismo reina. Tudo precisa ser intenso, rápido, descartável. Quem não acompanha esse ritmo frenético é deixado para trás, substituído sem hesitação.
A superficialidade se tornou a regra. Aparências importam mais do que essência, e a profundidade das conexões é sacrificada em nome de prazeres momentâneos. O resultado? Uma humanidade cada vez mais vazia, girando em torno de si mesma, incapaz de construir algo que dure além do próprio reflexo.
A ironia é que, ao descartar o outro, o ser humano também se condena. Quem faz do mundo um jogo de interesse se torna vítima das próprias regras. Um dia, todos são jovens e desejados; no outro, são apenas memórias esquecidas. Aqueles que usaram outros como degraus para subir encontram, no fim, apenas o vazio de uma escada sem destino.
O que resta para quem vive apenas de conveniências? O tempo, implacável, cobra seu preço. E quando a utilidade se esgota, quando os rostos novos substituem os antigos, quando não há mais nada para oferecer... o que sobra? Apenas a fria indiferença do mundo, refletindo de volta tudo aquilo que foi cultivado.
Apenas um grande NADA! E todos nós nos afogaremos na mediocridade.
"Se o remédio for te esquecer
ResponderExcluirEu vou continuar doente
É que tem saudade acumulada demais
Desejo demais, tem tudo demais
Me responde, me atende, me ajuda
Só você é minha cura"...
Por favor, não aceita essa comentário. Mas é só pra te pedir, por favor, que apague esse meu comentário anterior na publicação. Foi um ímpeto e eu não estava em sã consciência. Escrevi um texto grande e reflexivo sobre a sua postagem, e enviei porcaria. Obrigada 💜
ResponderExcluirNão
ExcluirEu acreditava no "amor", achava que poderia acreditar talvez, mas hoje já não sei
ResponderExcluirparabéns pelo texto Eduardo