sábado, 15 de fevereiro de 2025

Moirai

"Poesias e Devaneios", Nº 138


Um grito ecoou na caverna sombria,
o povo assustado não quis avançar.
O fazendeiro, com sua ousadia,
resolveu sozinho o mistério enfrentar.

Uma lâmina firme, a luz tremulante,
passos incertos na escuridão.
Viu um homem, olhar vacilante,
sangue tingindo sua própria mão.

O vulto fugiu sem qualquer resposta,
mas um novo grito logo chamou.
No chão de pedra, mulher exposta,
o sangue em seu corpo a vida roubou.

"Saia daqui!" gritou, agonizando,
antes que a morte a viesse buscar.
Seu sangue no homem foi respingando,
a lâmina rubra, sem nada cortar.

Correu para fora, buscar solução,
mas no caminho alguém o parou.
“Explique-se já!” veio a acusação,
e o medo seu peito apertou.

A lâmina fria cravou-se em seu peito,
a vida esvaiu-se sem nem compreender.
O destino, cruel, lhe armou um enredo,
onde inocentes não podem vencer.

O chão gelado acolheu seu fim,
No breu da gruta, silente e ruim.
Sem voz, sem culpa, sem direção,
Morreu na sombra e sem acusação.

"Nada mais via ou sentia, seu coração parou 
e tudo acabou ali."



Um comentário:

  1. O fazendeiro, astuto e heróico, enfrentou o perigo sem nada temer. Mas ao enfrentar a realidade, recuou e silenciou. Ali ele se auto sentenciou ao destino da morte, que seguiu por medo de falar e expressar para se defender.
    Quanta coisa ele poderia ter dito e realizado, se ao menos tentasse falar... 💜

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