terça-feira, 3 de março de 2020

O Soneto 71 e a Auto Reflexão

Série "Poesias e Devaneios", Nº 52


Quando eu morrer não chores mais por mim
Do que hás de ouvir triste sino a dobrar
Dizendo ao mundo que eu fugi enfim
Do mundo vil pra com os vermes morar.
E nem relembres, se estes versos leres,
A mão que os escreveu, pois te amo tanto
Que prefiro ver de mim te esqueceres
Do que o lembrar-me te levar ao pranto.
Se leres estas linhas, eu proclamo,
Quando eu, talvez, ao pó tenha voltado,
Nem tentes relembrar como me chamo:
Que fique o amor, como a vida, acabado.
Para que o sábio, olhando a tua dor,
Do amor não ria, depois que eu me for.

W. Shakespeare

Shakespeare sempre escreve sobre a angústia do tempo, que numa só direção se segue. O tempo vai nos matando aos pouco, e muitas vezes nos tornando versões piores de nós mesmos, o que nos faz eventualmente nos tornar naquilo que mais odiamos, aí é quando não nos reconhecemos mais no espelho.


8 comentários:

  1. Infelizmente a saudade é algo que a gente tem que aprender a conviver ...
    Agora eu lembrei de tanta coisa de semana passada .
    Agora só te vejo nas poesias
    No papel

    Eu nunca vou esquecer da nossa música " tudo de novo"


    A gente está longe um do outro mais infelizmente vc ainda vive dentro de mim

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    Respostas
    1. Você sempre viverá dentro de mim

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    2. " A saudade eterniza a presença de quem se foi com o tempo essa dor se aquieta. Se transforma em silêncio que espera pelos braços da vida reencontrar..."

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  2. Dizer adeus sem olhar nos olhos, ou pior nunca dizer adeus

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  3. Eu que pensava que nunca mais te veria pessoalmente, posso lhe dizer que senti algo bom depois de tempos, nunca esqueci os momentos bons que vivemos, foram poucos mais marcantes, você foi o sonho que eu sempre tive, infelizmente ficou apenas no sonho, depois de tudo que aconteceu parei de sonhar, mas de uma forma "estranha" não te esqueci...

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  4. Parabéns lindo poema
    Eduardo Costa

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  5. Não chore por seu amor, mas chore lágrimas de alegria pois está vivo!

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