sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Saudade virá, eu sei que sim

"Poesias e Devaneios", Nº 121

Saudade virá, eu sei que sim, 
Mas hoje não, ainda não chegou.
Vento no rosto, sopra, assim.
E o tempo, por ora, nem me tocou.

Ela virá, mas por enquanto, espero, 
Sem pressa, sem dor rodear. 
Cedo demais, e eu, sincero, 
Nem ao menos tentei, me preocupar.

Não ainda liguei, memórias distantes, 
Nem para os dias que já se foram. 
Hoje só os momentos, que são errantes, 
E não há, ainda espaços que choram.

Sei que a saudade virá, impiedosa, 
Trazendo consigo o peso do tempo. 
Mas por ora, a vida é leve e fogosa, 
E a ausência não rouba meu alento.

Então deixo que o tempo corra por mim,
A saudade virá, mas não cedo assim.
Hoje sou leve, sem pensar no fim,
E o coração, por ora, nem sempre diz "sim".


"Quem olha para o vento nunca semeará, 
e quem olha para as nuvens nunca colherá"




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