sábado, 26 de outubro de 2024

Sobre o Tempo e suas mentiras, ou sobre Ação e Consequência

"Poesias e Devaneios", Nº 127


Assim, te proponho, simples raciocínio, que te faça buscar outras formas de enxergar!

Nos teus olhos, tão lindos e belos, assim como és bela sua humildade, que é o que te mais falta.

Muito se propôs para entender a dor, e todas Sombra que nos circunda.

E supliquemos que cada um seja o que é, mas sobretudo não lhes falte a verdade.

Que seja sempre ministro de palavra e sindicante de boa-fé

Tal qual o topo, onde muito se observa os gigantes, e muito se inveja os fortes.

Me prosto em um vazio, que não se preenche de tanta coisa além de letras.

E ainda que digas sobre resiliência, algo sobre estoicismo ou frases soltas de Nietzsche

Eu lhe redarguo com mais franqueza, sendo fático e um tanto austero:

Que a vida não faz sentido! E o Tempo aqui nada pode curar!

Tal como bem disse, um dia disse o grande Shakespeare.:

"Sobre tua beleza então questiono, que há de sofrer do Tempo a dura prova"

E sobre minha aura eu mantenho, que há sim de ser o açoite de minhas escolhas.

De forma que não há culpados incorpóreos, que possam ser apontados.

Não há dedos para serem apontados, além de minha infinita arrogância.

Que hoje me é servida assada, em um delicioso banquete de consequências.

E não há de se dizer, em culpar Deus ou praguejar contra o Destino.

Pois a flecha do Tempo é ríspida e sagaz!

E nada de falar da cura, ou que realmente o "Tempo Cura"

Pois muitas ruínas hoje jazem assim, na falsa crença da cura indelével e polivalente do Tempo!

E que Ele por si só é carrasco da vida e algoz do viço.

Sem, contudo, jamais sentir, de si mesmo, pena!

Pois jamais vi algo selvagem sentir pena de si mesmo!

Um pássaro viverá uma vida plena, e cairá morto de um galho um dia!

E sem jamais um segundo sequer ter sentido pena de si mesmo!


"...Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia..."


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