sexta-feira, 25 de março de 2016

Bem sentir, bem levar

Série "Poesias e Devaneios", Nº 34


Eu chamaria por alguém semelhante
Se semelhante eu fosse à alguém
Talvez vivesse no constante
Se o inconstante não fosse tão assim
Tão Perfeito

E tendo em mãos tanta energia, tanta vida
Me pergunto sobre o desejo de novas realidades
Só haverá fogo, se o combustível restar
E esse, à passos largos
É deturpado em litros de ganância e espinhos sem flores

Você me disse um dia
Que nesse lar só haveriam
Nuvens de promessas e chuva
Chuva da mais cristalina realidade

Pois que nos afoguemos então
em míseras risadas sinceras
E de todas as suas diferentes feridas
Que a maior seja aquela que melhor lhe representa

Vivi, eu sei, chorei também
Só que por mais doce que seja o teu caminho
É de igualdade
Igualdade que o mundo precisa

Raoni Loran


"...distante, de tudo..."



quarta-feira, 16 de março de 2016

Utopitização

Série "Reflexões Pessoais", Nº 21


Fechei o olho, pensei bastante e tentei vislumbrar uma palavra que NÃO existe...

UTOPITIZAÇÃO

...pronto, pesquisei no Google, ela não existe mesmo!

Acabo de cometer um neologismo, acabo de inventar uma palavra que não existe, definitivamente.

Mas pra que exatamente inventar uma palavra inexistente? E porque essa palavra?

Primeiramente vamos analisar a palavra-base:


utopia 
u.to.pi.a 
sf (gr ou+topo3+ia1) 1 O que está fora da realidade, que nunca foi realizado no passado nem poderá vir a sê-lo no futuro. 2 Plano ou sonho irrealizável ou de realização num futuro imprevisível; ideal. 3 Fantasia, quimera.


Tendo isso em mente fica fácil entender o significado disso. Temos a inerência, muitas vezes, de criar quimeras em nossas mentes, criar fantasias impossíveis e irrealizáveis, sonhos distantes e hercúleos, porém alimentamos essas coisas em nossas mentes como uma forma de alívio, um "ópio" mental para tocarmos em frente nossa irremediável vontade de voar, porém sem ter asas.

"Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las..."



sexta-feira, 4 de março de 2016

Não é você, é apenas a imagem que tive de você!

Série "Subversões Textuais", Nº 1 



Texto de Referência: Carta: "Não é a imagem que eu tenho de você, é você!"



É algo que todos estão notando, praticamente toda massa tansa, mas não quer dizer que vai existir de fato, mas sim tem a ver com o quanto eu escancaro isso pra tudo e de todos. Quanto mais o tempo passa, mais aumenta o que posso descrever como uma "congelamento" dentro de mim, e mais diminui a graça em poder te perpetuar.

E a simples expectativa de ter você longe, de só de saber que você está na iminência de nunca nem mesmo trocar um olhar comigo? Me bate uma tranquilidade! É algo infantil, quase primitivo, sensação de que isso estou longe do perigo e do desprazer.

E cada vez que você estava, perto ou não, pode estar cada vez mais fraco dentro de mim, se for uma paixão utópica, ou mais forte, que consiste num desprezo, coisa extremamente comum de acontecer, você e você nunca aparecer nem na minha mente e nem mesmo no mesmo espaço físico que o meu, e fazendo meu coração ter calma, por consequência.

Você me olhou? Com os olhos olhava o que eu não sei bem, olhos de águas turvas e turbulentas, água parada, água ruim. Quem sabe seria sem você, que eu poderia ter todas as tardes, aqueles momentos sozinhos de meditação, que sempre me faltaram, como miragens, como invenção, tranquilas. Se eu não posso ter, eu fico imaginando, eu fico me perguntando, se as simples palavras, pois sei que são meras palavras, causam algum efeito sequer na sua conscientização.

Portanto tudo isso que eu não sinto, tudo é algo que mantém sem sentir, com meu consentimento. 

Desculpa, não pude impedir. Desculpa mesmo, eu não tenho coração, eu vendi ele bem barato.


"Me despeço quantas vezes for necessário, se assim desejar..."