terça-feira, 21 de dezembro de 2021

O Vôo

Série "Poesias e Devaneios", Nº 73

É Interessante
Parece que as pessoas
Não notaram,
Ele levantou o vôo 
Em um pequeno espaço.
Subiu igual a um helicóptero,
Também aterrissou 
Com toda segurança 
Sem impacto e desestabilização,
É simplesmente fantástico. 
O problema não é morrer...
O problema é
Alcançar 100 anos
Sem nunca ter  vivido de verdade....



“Sacrifícios precisam ser feitos”

Otto Lilienthal



quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Lebensabschnittspartner

Série "Poesias e Devaneios", Nº 72

Bis zum fernen Wind!

Ich will dich so sehr wie ein Leben lang
aber was diesen blöden text angeht
der Text kann nichts sagen

Das Vorurteil des Textes sagt nichts
aber ich werde nie Glück sagen
in mein Gesicht gestempelt
wann hast du foto gemacht

auf der Bahnstrecke
und warten auf den Zug
wann hast du foto gemacht

am Rand der Tür
gedrucktes Lächeln
Aber was für ein Lächeln!
das Glück kommt

gerade wenn ich ihn sehe
auf dein Gesicht gedruckt
Ich habe gelernt dich zu lieben
 

liebe dein Lächeln
Du und alles, was es darstellt!
Aber bis jetzt...
Bis zum fernen Wind!

für mein Blume der drei Hügel



Du warst es schon immer!



quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Gitana, Añoranza!

Série "Poesias e Devaneios", Nº 71

Tu palabra formame
Tu sonrisa tómame
Arrestame, no me dejes ir
Y no quiero que te vayas

Gitana mi amor
Gitana, mi paz
Gitana, mi dulce
Gitana, Añoranza!

Te has ido
Lo dejo ir
No pude parar
De que te vayas

Mañana temprano
Después de que el sol
Sonríe al mundo
Lloraré del otro lado

Arrestame, no me dejes ir
Y no quiero que te vayas
Gitana, mi dulce
Gitana, Añoranza!


Es un amor tan grande
De aquel amor que yo tenía, lo guardaba
Es como un final y volver ayer






terça-feira, 23 de novembro de 2021

Sorriso Indireto

Série "Poesias e Devaneios", Nº 70


Indiretamente
Te vi, mas não te vi
Eu fingi não te ver

Te vi por um frame
Um lapso ou um segundo
Mas eu estava

Estava lá, pra te ver
Um lapso ou um segundo
Um frame, mas eu estava

Era um sorriso
Você nem sorriu
Era um olhar
E você nem olhou

Era você, real como o vento
Como a chuva que cai
Era você, real como você
Como só você seria de fato

Só você seria assim
Na fotografia é uma coisa
Na realidade é outra coisa
Você respira a cada segundo

Indiretamente
Te vi, mas não te vi
Eu fingi não te ver

"Sei que o meu coração pediria duas vezes você"



quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Nem sempre será assim

Série "Reflexões Pessoais", Nº 58 


Penso na dor dos amores perdidos. E penso numa fábula oriental. Mais ou menos assim: um rei pede ao homem mais sábio do reino que lhe escreva num papelzinho palavras para ler num momento de extrema aflição, um conforto da adversidade. O sábio cumpre a tarefa. Não muito tempo depois, o reino é invadido. O rei, sem saída, foge. Perdera tudo: poder, dinheiro, relevância. Ele então recorre ao bilhete do sábio. Ali está dito: “Nem sempre será assim”. O rei caído consegue, aos poucos, rearrumar suas forças. Retoma seu reino. E encontra o sábio. Ouve, agora no fausto reconquistado, no poder recuperado, mais uma vez a sentença:

“Nem sempre será assim”.

A frase resume o perpétuo vai-e-vém das elevações e quedas, a inconstância da sorte, a fugacidade de tudo que acontece sob o sol. Todo homem arrasado pelo final de um amor deveria ter no bolso um papelzinho com a advertência do sábio oriental. O sofrimento aparentemente insuportável vai desaparecer. O que parecia ser um inverno eterno dentro de nós receberá a visita redentora do sol que avisa que o verão ou já chegou ou está aí. A tristeza que estávamos certos de ser imortal revela-se frágil e é batida por uma lufada cálida de alegria.

"Rebrilham neles lembranças dos amores esquecidos"




segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Afinal, o quão melhor era a vida nos anos 90? Onde a internet entra nisso?

Série "Reflexões Pessoais", Nº 57


A vida nos anos 90 era melhor, a resposta rápida é essa. Bem melhor. Opinião obviamente pessoal.

Eu me refiro à vida social, à nossa existência como indivíduos. Sei que parece uma insanidade dizer isso, na época de nossas famigeradas "redes sociais", mas, em realidade, não é. Por quê? Ora, porque a perfeição está na imperfeição. Amor não é idealizar, mas elevar a própria imperfeição em si ao status de perfeição. E no que isto tem a ver com a minha afirmação inicial? Em um bocado de coisa.

A satisfação da internet não está no agora, mas lá no seu início e popularização. A internet era algo excitante até final da década passada. Depois, tornou-se algo invisível. A sua então excepcionalidade foi totalmente incorporada à nossa normalidade. Hoje em dia, a internet é quase como água e luz, algo invisível, que sequer notamos. A única revolução chama-se smartphone. Mas ele não é exatamente novo (foi em 2007 que a Apple lançou o que nós entendemos hoje pelo vocábulo). A verdadeira explosão de novidades se deu nos anos 90.

A nossa felicidade com uma tecnologia está quando ela se encontra no início para meados da sua popularização. Entrar na internet era algo genuinamente excitante nos anos 90 e começo dos 2000. Aí, veio a internet de banda larga e o serviço tornou-se irrelevante. Antigamente, os pacotes de velocidade eram extremamente importantes. Hoje? Quase que irrelevantes. Apenas notem as diferenças de preços entre os pacotes, onde o dobro de velocidade custa apenas uns 10 ou 15% a mais.

Isto é um indicativo mais do que suficiente de que a internet como tecnologia revolucionária desapareceu, ela se tornou o ar que respiramos. E o mesmo vale para o tempo das mercearias. O que sustenta a nossa excitação por algo é a dificuldade de consegui-la. Retire totalmente o obstáculo e o ímpeto por X eventualmente também se esvai consigo. O resultado dos avanços tecnológicos é que estamos mais entediados hoje do que nunca. Éramos felizes quando ainda contemplávamos o porvir, e não quando ele por fim chegou.

Quando contemplamos algo, nos permitimos sonhar com as suas (desconhecidas) possibilidades. Uma vez sabendo de diversos prós e contras de uma coisa plenamente desenvolvida, tudo obviamente muda. Nada nos escravizou mais do que a dobradinha internet + smartphone. Somente o que as redes sociais nos fazem de negativo é qualquer coisa de assombroso. 

Os melhores tempos já passaram. Acabou!


UOL, 22 de julho de 1997


domingo, 31 de outubro de 2021

Vazio impreenchível

Série "Poesias e Devaneios", Nº 69

Vazio impreenchível
Vazio que não se preenche
Se tornará mais vazio
A cada tentativa

O copo cheio
O copo vazio
O copo virado...
A próxima rodada...

Mas tudo ser torna
Vazio e sonso
Sem sal
Sem pimenta

Se torna igual
Uma mesa vazia
Uma sala vazia 
Uma alma vazia

Mas o vazio impreenchível
Não vai ser nem nunca se preenche
Se tornará mais vazio
A cada tentativa!


Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim




segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Está trovejando

Série "Poesias e Devaneios", Nº 68

Está trovejando?

As coisas estão estranhas agora, mas sei que tudo passa!

Em tudo isso nos apegamos à pequenas coisas, ao cheiro da manhã, ao som da chuva, à brisa das cinco da tarde... coisas simples sabe?

A vida se torna pesada, cinza... fica tão chata quanto uma cólica renal... se torna um fardo pesado, como uma mochila carregada de pedras...

Mas sabe de uma coisa, aí lembro dos passarinhos quanto cantam após uma chuva bem pesada, e lembro daquele raio de sol teimoso que rasga as nuvens soturnas de chuva...

Tudo isso me ajuda a juntar forças para acalentar meu coração, e deixa-lo mais forte para enfrentar tudo que vier adiante.

E também eu sempre lerei aquele pedaço de papel, onde está escrito “Nem sempre será assim”... pois nos momentos mais tristes e angustiantes saberei que “Nem sempre será assim”... do mesmo modo, nos momentos mais radiantes e epifânicos, saberei que igualmente “Nem sempre será assim”, tudo é efêmero, da sua maneira, menos a fé, que é perene e sólida!

Ouvi um trovão, está mesmo trovejando? Ouço os pássaros, lá no fundo...

Tudo passa, e tudo fica na memória!

Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.
Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.
Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.

Salmos 91:10-12


domingo, 19 de setembro de 2021

Licença Poética

Série "Poesias e Devaneios", Nº 67

Ainda que tudo seja licença poética, nós andamos brincando com fogo e com a sorte recentemente. Até mesmo pensando coisas além da possibilidade...

Seguimos nós dois todos os caminhos errados possíveis, e estamos seguindo nesses caminhos tortos, seguimos assim!

E tudo não passou, no início, de uma conversa mal resolvida! Tudo isso...

Não muda nenhum pingo ou vírgula do nosso desejo, pois te desejei, mas naqueles dias eu te odiei... você seguiu sua vida e eu segui a minha, e em nenhum momento o amor foi embora, só manteve hibernado, enquanto a raiva era simulacro de sentimento!

Mas você sumiu... e se tornou um vício que não tem mais cura.... E de quem a culpa?

Só isso, não tem retorno, o desejo é um só, é tão sólido quando a rocha, e a rocha que se tornou nosso coração, mas que se derrete um pelo outro!

Não sei onde pode dar isso, só sei que te quero, e mais do que nunca...

Por mais infiéis que sejam esses nossos desejos, tornamos tudo que tocamos em algo sagrado, ainda que profano!

Ainda que tudo seja licença poética!



Me apaixonei pelo que eu inventei de você


quinta-feira, 8 de julho de 2021

Carta "As lembranças são melhores"

Série "Cartas Perdidas", Nº 36


Três Pontas/MG, 21 de Agosto de 2001

Bom demais são as lembranças né

Lembro até hoje, ficou procurando meu carro, deu risada da placa, era cidade de fora, de bem longe aliás, outro estado!

Muitas conversas

Fiquei hesitando, mas te roubei um beijo, depois mais um, depois perdi a conta de quantos foram, e perderemos a conta de muita coisa!

Perdemos a conta de quanto a vida cobra de qualquer forma, e quando não pagamos com dinheiro, vem a moeda do coração!

Você quis insistir em uma fantasia que iria fazer mal pra nós, e eu quis desistir na hora certa, porém fui seduzido pelo seu canto, que não era o da serei, mas era o da mais bela ninfa!

Você cantou, me seduziu, e assim foi, mas duvido muito que a vida poderia seguir assim, dessa forma que você imagina.

A vida seguiu, mas não da forma que a gente achou que deveria seguir né? Vim morar na cidade ao lado e você nem entendeu até hoje o motivo de tudo ter acabado!

Nem eu entendi, e foi o que ocorreu, tudo ocorreu dessa forma! A decepção para alguém moldado pelo romantismo hipócrita é inevitável.

Saímos machucados. E você saiu com meu coração de brinde, e ficará com ele até quando viver aparentemente.

É ruim, e eu vou inclusive participar do 31º Festival da Canção, e talvez você vai ver minhas fotos nos cartazes, eu vou ver suas fotos em meus sonhos!

E vamos ficar vendo essas coisas, sombras um do outro, e nem adianta tentar mudar nada!



Eu te amei, me entreguei
De um jeito que ninguém jamais se entregou




quarta-feira, 23 de junho de 2021

Papel queimado

Série "Poesias e Devaneios", Nº 66

Errado foi eu de sequer ter lido

Quiçá escrito uma idiotice
Você nunca aqui esteve
Eu também nunca

Nem mesmo estive
Nem mesmo pensei
Sua mente
Como viajou assim como

A minha depois
Tão confusa como uma tormenta
Me preocupei
Abusei e negligenciei

Você existiu
Como texto e fotografia
E fotogramas idiotas
Como algo idiota

Como tudo
Como foi
Um pequeno sorriso no fim
E um pequeno cigarro no final

A gente consome as cinzas da vida
E da vontade
E o pequeno pedaço de papel virou cinza...
...junto com o cigarro

Errado foi eu de sequer ter lido

451 graus Farenheit, ou 233 graus Celsius, é a temperatura de combustão do papel comum.




quinta-feira, 3 de junho de 2021

Foi e não voltou

Série "Poesias e Devaneios", Nº 65

Já pensei em seus lábios
Como você eu pensava

Pensava mal, muito mal confesso
Desprezei e muito não pensei

Era você que eu não queria
Não pensar e não olhar

Muito dias e muitos meses
Nunca mais ouvi falar

Tentei lembrar, tentei mesmo
Nem sabia, cores dos olhos

Era você, veio tudo
Na memória, tudo veio

Escrevi, papel e tinta
Mandei, texto físico e letras

Foi pra não voltar
Não voltou, mas que não voltei

Já pensei em seus lábios
Como você eu pensava



Então, como, quando a natureza te chama para que vás?




 

Coração Negro

Série "Poesias e Devaneios", Nº 64

Coração negro
Negro de tinta

Feito grafite
Ou carvão

De dor e lágrimas, tinta
Cinza!
Papel queimado

Sentir como era
Como foi
Nunca sentir
Como será
Nunca sentir
Como não foi

Não é
Não doeu
Nem doerá!

Sentir ou não sentir?

Você, leve como uma pluma
A dor, pesada como montanha

Coração negro
Negro de tinta



"O sofrimento eterno é a infelicidade dos homens ignorantes que nunca falham em buscar as profundezas de seus próprios corações e vêem somente a riqueza de um pobre mundo que sofre para esfolar seu próprio dorso com facadas de prata e agradecimento brutal."

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Toque efêmero

Série "Poesias e Devaneios", Nº 63

Você era tão leve

Quanto vi seu sorriso
E foi tão leve
Quão leve foram seus lábios

Você se foi
Tão rápido
Como Eu fui
Eu suas batidas

Batidas
De coração
De intenção
E é assim que ficamos

Você soou como sonho
Depois como música
Depois como ruído
No final como um som de um despertador tocando

É  a vida!

Você era tão leve...

"Mas eu estava errado
Se você pudesse dar um jeito
De tentar não mentir
As coisas não seriam tão confusas..."




terça-feira, 13 de abril de 2021

Um dia, Hoje...

Série "Poesias e Devaneios", Nº 62

Um dia a gente sonhou
com um mundo melhor
mais limpo
mais certo
mais justo

Um dia foi
somos o que somos
mais céticos
mais sórdidos
mais hereges

Hoje somos
esquecidos
atípicos
minimalistas

ainda sei quem você é, ainda sei quem eu sou, mas não sei quem nos tornamos

te amo entretanto...


Mas as flores destilaram, sobreviveram ao inverno,
Ressurgindo, renovadas, com o frescor de sua seiva.






quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Homens "brancos e héteros" devem se desculpar?

 Série "Reflexões Pessoais", Nº 56

É certo que homens "brancos e héteros" tenham que se desculpar aos que não o são?

Quando criança, eu aprendi sobre o conceito da culpa original, segundo a qual, todos os homens nascem em pecado por conta dos erros de seu antepassado Adão.

Bom, entendo o conceito que, religiosamente, tenho que aceitar, mas ainda criança sempre achei injusto (dentro de meu modo de pensar, não estou criticando Deus) e nunca mudei de opinião.

Ao mesmo tempo, desde a adolescência, ouvi pessoas de certas correntes políticas específicas usando esse exemplo para criticar minha religião.

"Oras, se em 7.000 a.C. alguém cometeu um erro e toda a humanidade ainda deve esse erro, isso é a religião criando justificativas para defender a existência de pobreza, guerras e dores e fazer as pessoas, mesmo as boas, se sentirem em débito com a Igreja"

Esse tipo de pensamento.

Na mesma linha, enquanto crítica à religião, devemos lembrar da triste estória (ou história, caso seja religioso) de Cam:

Logo após o dilúvio, Noé e seus filhos passaram a plantar e refazer suas vidas. Noé, após uma colheita de uvas, se embebedou e caiu desnudo. Um de seus filhos, Cam, ao ver o pai bêbado e nu, foi contar a seus irmãos (supõe-se que de forma desrespeitosa/jocosa) e os irmãos, se virando para não o verem nu, o cobriram enquanto ele dormia.

Ao saber do ocorrido, Noé ficou furioso e condenou a descendência de Cam a ser a de servos entre servos. Escravos, talvez?

Outros milhares de anos depois, religiosos europeus precisavam justificar em termos morais a escravidão de negros africanos.

Obviamente, significando Cam (ou Cão) "queimado" (moreno), era óbvio, os negros africanos eram descendentes de Cam e, se o próprio Deus os condenou a serem escravos, como ir contra as palavras Dele?

Justificada a escravidão negra, agora sabemos que eles nasceram com essa culpa apenas por serem negros!

Percebem como narrativas de "Fulano não fez nada de errado, mas ele tem culpa porque seus ancestrais fizeram" são usadas para fins egoístas e de manipulação/justificação?

Hoje, essa mesmíssima linha política diz que todo homem de uma certa etnia, à guisa de Cam, tem culpa por ser de tal etnia.

Todo homem de certa opção sexual tem, por nascimento, à guisa dos filhos de Adão, culpa.

Acima, um pai dando a mão a um menino que será, futuramente um homem branco e hetero. Esse pai deveria afogar tal monstro, culpado do crime de ter nascido como ele é.

A ideia toda é tão ridícula, que só confirma o que eu (e muitos outros) já confirmam há anos:

Essas pessoas trocaram a religião por ideologia, garantindo que isso as torna melhores, mas elas agem exatamente igual aos piores entre os religiosos, repetindo com poucas adaptações, as piores práticas religiosas.

Eu já havia observado isso há anos, comentando de meus amigos da linha marxista (que não é o foco aqui) que eles trocaram Deus e a Bíblia por Comunismo e O Capital, tendo Carlos Marques como seu profeta. Até mesmo um paraíso terreno surgirá ao implantarem o comunismo, olha só...

Isso para um raciocínio normal para quem é de "esquerda".

Mas sempre fui criticado por esse pensamento até ler Sapiens, de Yuvai Noah, em que o autor conta nossa história usando de outras fontes, como biologia.

Em certa parte ele comenta que a crença no sobrenatural foi um dos fatores que nos tornaram humanos.

Claro, levou às religiões, mas foi um desses fatores que nos tornou diferentes de nossos primos primatas.

E em certa parte ele comenta que o mecanismo da religião faz parte de nossa própria construção genética.

Se você tira a religião, o mecanismo da crença está lá ainda. Sem nada para crer.

E, assim como cachorros correm atrás de bicicletas porque seu mecanismo de caça está lá, as pessoas se viram para outras crenças quando não há religião, pois o mecanismo está lá (esse exemplo é meu, mas poderia estar no livro).

Essas crenças políticas, então, são exatamente as crenças religiosas, mas com outras justificativas para definir as mesmas coisas.

E para se obter o mesmo controle.

Se todo homem "branco e heterossexual" deve se desculpar aos que não são brancos e não são heterossexuais porque possuem "uma culpa original com a qual nasceram", por que estavam errados os racistas que condenavam negros à escravidão por terem nascidos com a "culpa original" mais a maldição de Noé?

Percebe que a argumentação pode se encher de firulas para parecer coerente, mas reduzida à sua ideia básica, é a mesma?

Acaba que sempre voltamos à frase icônica: "Olho por olho e todos acabarão cegos". E esses grupos que pregam esse tipo de idiotice são sábios autoproclamados, que acham que cegando quem enxerga, tornando todos cegos, vão salvar o mundo.

Nada diferente de qualquer outro extremista religioso do passado ou do presente.



"O que é meu é meu, o que é vosso é negociável."
Joseph Stalin




sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Criação Indelével

Série "Poesias e Devaneios", Nº 61

Em um grão de areia havia um Universo...

Em cada sopro de vento era uma respiração
Em cada trovão, uma batida de coração
Em cada terremoto, um medo
Em cada choro, uma tempestade

Mas cada gota de sangue, um novo rio
Mas cada sonho ruim, uma estiagem
Mas cada vontade, uma ressaca marítima
Mas cada felicidade, uma primavera

Eu sei, e a natureza sabe
Como sabemos, saber coletivo
O saber, e o sentir, como algo sólido
Sabemos algo sólido sem saber

Deus, em sua infinita sabedoria
Deus, em sua inesgotável paciência
Deus, em sua inerrável aceitação...

Ele fez tudo isso
Para que aprendamos
Todo o restante
Todo o que restar

A fé
A fraternidade
A espera
O AMOR

Em um grão de areia havia um Universo...


No princípio criou Deus o céu e a terra.

Gênesis 1:1




segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Liberdade é?

Série "Curtas", Nº 49

Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram
e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar... 

Martin Niemöller (1892-1984)

"A liberdade é a liberdade de dizer que dois e dois são quatro. Quando se concorda nisto o resto vem por si."

George Orwell