segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Eucatástrofe

Série "Poesias e Devaneios", Nº 83

Eu olhei dentro de mim
Para me encontrar
Para me purificar
Para cessar a dor

Do outro lado do rio
Uma vida se passa
Olhe no espelho
E você descobrirá

Eu nasci na solidão
Ela me apavorou
Um véu de neblina bem diante dos meus olhos
Eu andei nas sombras

Eu me afoguei na chuva
Eu encontrei o deserto
E eu nasci novamente
Do outro lado do rio

Uma vida se passa
Olhe no espelho
E você irá descobrir
Eu nasci na solidão

Ela me crucificou
Usando uma coroa de espinhos
Agora eu sou livre
Nasci para ser um homem

Vazio!
Me fez compreender
O que fica oculto nas profundezas do interior
Agora eu sou livre

Nasci para ser o homem
Mortalidade!
Varreu a areia para longe
Do que estava oculto nas profundezas do interior

Sonho disforme e sem nome
Absorto em camadas gélidas da vida
Canta a canção do que todos somos
Vazio!

Eu olhei dentro de mim
Para me encontrar
Para me purificar
Para cessar a dor



"Para me purificar
Para cessar a dor"

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Te extraño, pero no te buscaré

Série "Poesias e Devaneios", Nº 82

Te extraño, pero no te buscaré,
No te buscaré

Fue un amor tan grande
De aquel amor que yo tenía, lo guardaba
De aquel amor que usted tenía, lo guardaba
Es como un final y volver ayer

Fue un flechazo tan fugaz
Me quedé con ese calor que era tuyo
Yo me quede con ese amor que era nuestro
Es como una final y viceversa.

Habla me como te camelo yo
Quiéreme como te hablo yo
¿Qué tan improbable fue que uno llegara al otro?

Viene el anhelo
Cuando ves que no hay vuelta atrás
Incluso cuando quería morir
Celoso de ti, te extrañé

Para el amor no hay fronteras
Tiene presa cuando quiere
Quiero volar, navegar otros mares
Lleva un tiempo sin verse pero no se separa

Fue un flechazo tan fugaz
Me quedé con ese calor que era tuyo
Fue un amor tan grande
De aquel amor que yo tenía, lo guardaba

Te extraño, pero no te buscaré,
No te buscaré




¡Las despedidas son inevitables!

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Namárië

Série "Poesias e Devaneios", Nº 81

Ai! Como ouro caem as folhas ao vento,

longos anos inumeráveis como as asas das árvores!

Os longos anos se passaram como goles rápidos

do doce hidromel em salões altos

além do Oeste, sob as abóbadas azuis de Varda


Onde as estrelas tremem

na canção de sua voz, de santa e rainha.

Quem agora há de encher-me a taça outra vez?

Pois agora a Inflamadora, Varda, a Rainha das Estrelas,


Do Monte Semprebranco ergueu suas mãos como nuvens,

e todos os caminhos mergulharam fundo nas trevas;

e de uma terra cinzenta a escuridão se deita

sobre as ondas espumantes entre nós,


E a névoa cobra as joias de Calacirya para sempre.

Agora perdida, perdida para aqueles do leste está Valimar!

Adeus! Talvez hajas de encontrar Valimar!

Talvez tu mesmo hajas de encontrá-la! Adeus!


Grande Mestre Tolkien



"O mal não pode criar nada de novo, só pode corromper e arruinar o que as forças do bem inventaram ou fizeram."
J.R.R. Tolkien





sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Solidão

Série "Curtas", Nº 51

Embora a solidão seja uma condição universal da vida, é importante lembrar que todos nós experimentamos momentos de conexão profunda e amor que nos permitem sair de nós mesmos. Embora possamos nos sentir sozinhos dentro de nossa própria pele e cabeça, podemos encontrar conforto e alegria em relacionamentos positivos com os outros. Quando os adolescentes descobrem a solidão, pode ser difícil para eles entenderem, mas com o tempo, muitos de nós percebem que a solidão é uma parte natural do crescimento e da vida. É verdade que a solidão pode ser desafiadora em momentos, mas é importante lembrar que também podemos encontrar muita beleza e significado em nossa vida, mesmo quando estamos sozinhos.





"A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais."

Arthur Schopenhauer

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

O tempo urge!

Série "Poesias e Devaneios", Nº 80

O tempo urge!

Do tempo e a vida, brotam chances!
E estas têm de ser aproveitadas,
Já que o viver se esfuma num momento!
“A morte é certa”… a maior das verdades,
Mas quantas vidas estão inacabadas
Por se entregarem ao sofrimento?
Há de ser aproveitado
Com aquilo que de melhor temos…
O que mais amamos, por perto ter!
Ao nosso nado, que se faça crescer!
E trilhar os caminhos do amor! No amor!
Não desperdiçar chances,
Valorizar as posse não física, e o que tens na mão!
Em tudo encontrar gratidão!
Viver não é amanhã… agora é!
Nunca haverá na vida maior bem
Que o bem que levamos no coração!

O tempo urge!

 


"Contra a foice do Tempo é vão combate
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.”


sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Anti-Epifania

Série "Poesias e Devaneios", Nº 79


O homem dorme. Sonha!
Querendo nunca acreditar
Como chegou a esse ponto
Sem ter como retornar!

Pelos caminhos que buscou
Nenhum o fez decifrar
O enigma da existência
Nunca desistiu de procurar

O espírito da verdade
Tão difícil encontrar
Resta apenas o desejo
De atingir outro lugar

Angústia. Acorda
Se pergunta o que fez
Descobriu o absoluto?
No fim é simples

Não importa o que és, mas o que irá te tornar
Não importa onde estás, mas onde tentará chegar
Nem importa o que tens, mas o que poderá mostrar
Liberta do que te pesas e talvez assim conseguirá

Dos teus feitos mais sublimes
Inúteis, não vão te transformar
Se apoiar no inexplicável
Nada vai se revelar

Das falhas tentativas humanas
Quase ínfimos são os caminhos a trilhar
Mistério obscuro e verdade inalcançável
No fim prevalecerá

Supremacia da razão, busca exata da realidade
Breve sensação de triunfo, perfeita mediocridade
Absurdo sobrenatural diante de tão falha mortalidade
Superar breve existência para conquistar a eternidade

O homem dorme. Sonha!
Querendo nunca acreditar
Como chegou a esse ponto
Sem ter como retornar!


Você conseguiu ser corajoso em seus pensamentos?
Imaginando ser capaz de ir lá e lidar com eles?
e se divertir ?
Você acha que você poderia ser a alma da festa ?


quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Ciclos

Série "Poesias e Devaneios", Nº 78


Ciclos não se repetem, se renovam
a vida não acaba, se refaz
um dia após o outro

Um dia...

Que a essência que me compõe
outrora erigida em meus poros
que nota-se, se resvala ao solo

Que meus sonhos flutuantes
regados à devaneios
que hoje erráticos e errantes

Que pressas fúteis
irreflexões sem lastro
que hoje esqueceram o caminho de casa

Que os desejos profanos
concupiscência imbecis
que expiraram com o vento

Que os vãs medos
consumições desalentadas
que se amiudaram no tapete

Ciclos não se repetem, se renovam
a vida não acaba, se refaz
um dia após o outro

Um dia...a essência que me compunha
outrora erigida em meus poros
HOJE se resvala ao solo

Um dia...



"A vida material ,representada simbolicamente como ouroboros: o tempo é a cabeça,
que traça a própria cauda, que representa a vida material, desde o nascimento até a morte..."


domingo, 21 de agosto de 2022

Enquanto dure!

Série "Curtas", Nº 50

Cumpriremos nossas metas da alma... que transpassa a cada segundo os pensamentos profundos.

Olharemos para as estrelas: infinitas, perenes e tão distantes!

Então olharemos para nós mesmos: finitos, efêmeros, tão vazios! Tão sozinhos em si mesmo!

Mas o vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir e somente acreditar que o silêncio que eu creio em mim é a resposta a meu - a meu mistério!

E o mistério da vida é o fim dela, pois tudo que é vivo, morre!

Mas há de ser infinito... enquanto dure!



"A nossa pálida razão esconde-nos o infinito."



terça-feira, 24 de maio de 2022

O Mito

Série "Poesias e Devaneios", Nº 77

Funciona sim!

Tudo que precisa é confiar em mim
Sem questionamentos ou reclamações
Deixa eu te vender as minhas ilusões

Aceita que é melhor viver
Comigo escolhendo o que é bom pra você
Vontade não é mais uma preocupação
Se estiver comendo aqui na minha mão
Vai ser mais fácil de te controlar

E enquanto eu finjo que me importo com quem enganei
Eu vou vencer

Quem quer liberdade
Quando pode ser igual
É o fim do individual
Que nasce com a morte
Da ideia original
Do pensamento racional
Pra virar só mais um na multidão

E se eu falhar
Deturpam minhas ideias pra me atrapalhar
Nunca é culpa minha talvez foi azar
Ou quem sabe eles querem censurar

Aquilo tudo que eu já falei
E em nome da igualdade alguns corpos eu deixei
Cair ao chão

Quem quer liberdade
Quando pode ser igual
É o fim do individual
Que nasce com a morte
Da ideia original
Do pensamento racional
Pra virar só mais um na multidão

Compartilhe tudo o que o não tem
Só não queira que eu faça também
Se eu omito o mito se mantém
Não vai sobrar nada pra ninguém 

É uma nova era
Concentração liberta
É tudo tão escuro
Não há lugar seguro
Agora eu vejo tudo igual 

 Wagner Thomazoni 


"Infelizmente, o autoritarismo ainda é o dono do mundo."

Juahrez Alves




quinta-feira, 5 de maio de 2022

Poucos Dias

Série "Poesias e Devaneios", Nº 76

Poucos dias
Só duas noites..
Só dois dias
Só dois beijos

Era você mas sem filtros...
nem óticos nem morais...
E me assombra ainda
Cheiro a gente nunca esquece!

Faz, que desse jeito só você sabe fazer
Olhos nos olhos, tanta vida pra viver
Charminho doce, pedacinho de você!

Diz a frase certa, só você sabe me abrir
É só assim que eu consigo descobrir
Como é gostoso me entregar e te sentir

É, quando se ama a gente finge que não vê
Que o tempo passa e mais um pouco de você
Melhor assim, bom pra você, melhor pra mim
E amanhã quem sabe a gente outra vez

Só mais uma vez, amanhã talvez
Só mais uma vez, amanhã não existe!
Só mais uma vez, amanhã acabou!

Amanhã acabou!
Só duas noites...
Só dois dias
Só dois beijos




"Existe uma possiblidade de eu pensar em você, só não sei qual é"

sexta-feira, 18 de março de 2022

Só te amarei até o fim da guerra

Série "Poesias e Devaneios", Nº 75 

Só te amarei até o fim da guerra
Você sempre soube
Agora mais próximo do fim chego
E nunca quis crer
Você está sozinha novamente
Minha alma estará contigo!

Por que o relógio ainda corre?
Se meu mundo não está mais girando?
Ouço sua voz pela fresta da porta
Você está sofrendo novamente
E eu apenas espero... 

Você despedaça meu coração!
Antes de ir arrepender
Chorei por você!
Minhas lágrimas virando sangue...
Me renderei ao inevitável!
E trago de volta pra você um pedaço do meu coração despedaçado

Eu lhe peço, eu lhe imploro
Quando a minha hora chegar... meu descanso, minha paz...
E quando não estiver mais aqui... lembre de mim!
Só te amarei até o fim da guerra 

"Os poetas odeiam o ódio e fazem guerra à guerra."

Pablo Neruda


domingo, 6 de fevereiro de 2022

Sede

Série "Poesias e Devaneios", Nº 74

A sede de beber a água
sucumbe a sede de beber você

Mas você secou a fonte
Que a fonte seja você mesma

O ar e a água secou
Igual sua boca como um vento

Secou tudo, sua boca
E sua alma, como secou!

Era você! E nem é mais
Uma imagem distante!

Parece um quadro!
Mosaico mal pintado!

E no final, a sede sumiu
E no final, ela nunca existiu!

A sede de beber a água
sucumbe a sede de beber você

Água da minha sede
Bebo na sua fonte
Sou peixe na sua rede
Pôr do sol no seu horizonte


sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Duplipensar

Série "Reflexões Pessoais", Nº 59

O pensamento progressista, principalmente o atual, basicamente não vislumbra os conceitos de certo e errado, pra ele não existe mentira que não possa ser contada ou crime que não possa ser cometido em nome do partido/revolução, a moral do esquerdista só enxerga as coisas sob o prisma bom para o partido, ruim para o partido.

São famosos os casos de esquerdistas homens, que se apresentam como pró feministas, desejando que mulheres de direita seja estupradas, ofendendo pessoas negros de direita com a expressão “capitão do mato”, se dizendo contra as “fake news” e espalhando despudoradamente que Bolsonaro não foi esfaqueado, e que a lava jato era operada pela CIA com o objetivo de roubar o petróleo nacional etc...

O duplipensar de esquerda, que foi um termo cunhado pelo escritor britânico George Orwell em seu livro “1984”, talvez seja o maior sintoma psicopático de um sistema ideológico nefasto, na mesma frase, de forma contraditória, o néscio defende liberdade de expressão e controle social da imprensa, defende a “liberdade do povo” e a revolução cubana, etc...

E é uma forma de pensar espelhada globalmente, podendo ser observada em ação quando o Twitter bane Trump e mantém contas de terroristas islâmicos ou quando o repórter militante diz que os protestos do BLM estão pacíficos e no fundo prédios saqueados ardem em chamas, e assim como alguém em surto psicótico reage agressivamente quando tem seus delírios confrontados com a realidade, da mesma forma reage o pobre coitado quando tem suas contradições confrontadas.

E novos ataques de duplipensar vão sendo criados pelos engenheiros sociais progressistas para defender a tomada de poder pelos seus partidos e no poder se eternizar. Por anos se diziam a favor do “proletariado” contra os “burgueses”, contudo ficando hoje um pouco mais difícil defender tal ideia dicotômica quando um morto de fome cidadão venezuelano tem de comer lixo nas ruas enquanto o ditador Nicolás Maduro, gordo e glutão, come carne com ouro com Salt Bae... então vem atacando com a “cultura woke” e com a ocupação da militância esquerdista no entretenimento, inclusive, utilizando as “big techs” pra censurar e banir quem ousa confrontá-los, de forma semelhante as prisões políticas e fuzilamentos dos regimes onde eles já se eternizaram no poder.

Mas essa história de manipular a sociedade, escravizar a população e se eternizar no poder é provavelmente um delírio meu, eles só querem “um mundo melhor e mais justo”.



DUPLIPENSAR: ""Saber e não saber, ter consciência de completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade em nome da moralidade, crer na impossibilidade da democracia e que o Partido era o guardião da democracia; esquecer tudo quanto fosse necessário esquecer, trazê-lo à memória prontamente no momento preciso, e depois torná-lo a esquecer; e acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo. Essa era a sutileza derradeira: induzir conscientemente a inconsciência, e então, tornar-se inconsciente do ato de hipnose que se acabava de realizar. Até para compreender a palavra “duplipensar” era necessário usar o duplipensar."" 

GEORGE ORWELL, no livro 1984.