sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Anti-Epifania

Série "Poesias e Devaneios", Nº 79


O homem dorme. Sonha!
Querendo nunca acreditar
Como chegou a esse ponto
Sem ter como retornar!

Pelos caminhos que buscou
Nenhum o fez decifrar
O enigma da existência
Nunca desistiu de procurar

O espírito da verdade
Tão difícil encontrar
Resta apenas o desejo
De atingir outro lugar

Angústia. Acorda
Se pergunta o que fez
Descobriu o absoluto?
No fim é simples

Não importa o que és, mas o que irá te tornar
Não importa onde estás, mas onde tentará chegar
Nem importa o que tens, mas o que poderá mostrar
Liberta do que te pesas e talvez assim conseguirá

Dos teus feitos mais sublimes
Inúteis, não vão te transformar
Se apoiar no inexplicável
Nada vai se revelar

Das falhas tentativas humanas
Quase ínfimos são os caminhos a trilhar
Mistério obscuro e verdade inalcançável
No fim prevalecerá

Supremacia da razão, busca exata da realidade
Breve sensação de triunfo, perfeita mediocridade
Absurdo sobrenatural diante de tão falha mortalidade
Superar breve existência para conquistar a eternidade

O homem dorme. Sonha!
Querendo nunca acreditar
Como chegou a esse ponto
Sem ter como retornar!


Você conseguiu ser corajoso em seus pensamentos?
Imaginando ser capaz de ir lá e lidar com eles?
e se divertir ?
Você acha que você poderia ser a alma da festa ?


quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Ciclos

Série "Poesias e Devaneios", Nº 78


Ciclos não se repetem, se renovam
a vida não acaba, se refaz
um dia após o outro

Um dia...

Que a essência que me compõe
outrora erigida em meus poros
que nota-se, se resvala ao solo

Que meus sonhos flutuantes
regados à devaneios
que hoje erráticos e errantes

Que pressas fúteis
irreflexões sem lastro
que hoje esqueceram o caminho de casa

Que os desejos profanos
concupiscência imbecis
que expiraram com o vento

Que os vãs medos
consumições desalentadas
que se amiudaram no tapete

Ciclos não se repetem, se renovam
a vida não acaba, se refaz
um dia após o outro

Um dia...a essência que me compunha
outrora erigida em meus poros
HOJE se resvala ao solo

Um dia...



"A vida material ,representada simbolicamente como ouroboros: o tempo é a cabeça,
que traça a própria cauda, que representa a vida material, desde o nascimento até a morte..."